sábado, 28 de abril de 2012

Só por viver


Os sinceros risos de hoje foram os que me transformaram. O riso de uma amizade inesperada, de um assunto qualquer, de um elogio carinhoso, de um abraço. O riso das boas companhias, dos bons compartilhamentos, das boas idéias. E viva! Ainda existem boas idéias. E boas pessoas. E bons sentimentos. E eu agradeço muito por tudo ser assim, exatamente como é. Se não o fosse, essa não seria eu. Feliz. Só por viver.


domingo, 15 de abril de 2012

Só seu



O meu amor tem um jeito manso que é só seu. E que me deixa louca quando me beija a boca a minha pele toda fica arrepiada. E me beija com calma e fundo até minh'alma se sentir beijada. O meu amor tem um jeito manso que é só seu. Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos com tantos segredos lindos e indecentes. Depois brinca comigo, ri do meu umbigo e me crava os dentes. Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz. Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.
O meu amor tem um jeito manso que é só seu. Que me deixa maluca, quando me roça a nuca e quase me machuca com a barba mal feita. E de pousar as coxas entre as minhas coxas quando ele se deita. O meu amor tem um jeito manso que é só seu. De me fazer rodeios, de me beijar os seios, me beijar o ventre e me deixar em brasa. Desfruta do meu corpo como se o meu corpo fosse a sua casa.

(Chico Buarque de Hollanda)


domingo, 8 de abril de 2012

Entrelinhas




Necessitei-me fazer palavras. Hoje. Agora. Se não o fizesse talvez ficasse mofina, com uma dor incompreendida no peito. Na mente. No coração. Uma semana, e foram-me ditas tantas palavras. Aqui as procuro absolver, passar ao papel seus significados. Entender o que está nas entrelinhas das minhas paixões, dos meus pecados, das minhas benções, das minhas falhas. Falas, exemplos, caminhos, desatinos. 
Palavras me magoaram, me ensinaram. Algumas, juntamente com melodias puras, me fizeram arrepiar, me fizeram chorar. Fizeram-me sentir viva, ou, sentir menor. Eu senti-me vazia e logo depois cheia, muito cheia de amor. De amor incondicional. Amor de mãe, amor de Deus, amor de amiga. Sons gritantes, silêncios, pássaros e ventos. Ventania, vendaval. O cabelo desalinhou, um sorriso se fez e cá estou. 
Eu vivenciei amor, eu vivenciei a mais pura alegria ao ver um bem-querer sorrir. Eu vivenciei a simples falta de sentimento por quem gerou abandono. Foi intenso, foi válido, foi repleto. Isso! Foi repleto de tudo aquilo que compõem a vida. E enfim, assim como disse Marcelo Camelo: "depois que o mar virou amor, depois que a casa caiu, o vento da paz soprou." Então, a eternidade vai passando. Meio cruel, meio amiga e vai... 
“Caminho em frente pra sentir saudade.”


Santa Idade


Pois é de Deus tudo aquilo que não se pode ter. Ou pode ter? Ser? Ver? Ou melhor, sentir! A semana seguiu seu itinerário festivo e atiçou pensamentos que haviam ficado ocultos no fundo do baú das lembranças. Fez viver. Avivou! Pensamentos estes que me mudaram a vida, o ser e sentido de tudo que se é. Então, que volte as mudanças, se forem para a construção do apogeu. Do meu eu. 
Um mestre lembrou-me que o Senhor diz que “meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos”. Sendo assim, vi que ás vezes é necessário voltar e lembrar tudo que aquilo que se julgou aprender num passado recente. Se aprendes de verdade não esqueces. Então, se não não foi aprendido antes que o seja agora. Mas que se  aprenda e viva! Viva com a sabedoria dos justos e ame como os homens de bem devem amar seus irmãos. As trevas do mundo são os ódios guardados no coração da gente. 
Que nesta idade, que deve ser santa, os frutos colhidos sejam os frutos do espírito, da verdade, do compartilhar. Que ser fiel seja a base de todos os meus pensamentos, do meu universo.