domingo, 25 de dezembro de 2011

Apenas

Somente ontem foi o tempo das nossas vidas, da minha vida. Agora sofro por não ter alguém para sentir falta. E a cada minuto que passa nessa casa vazia, eu sinto como se tudo estivesse se quebrando no tempo. Eu não ouço vozes, eu não vejo ninguém. Eu estou sozinha. Esperando. Esperando que alguém chegue, não necessariamente aqui, mas que chegue na vida. Que transforme tudo, que me traga luz. Que seja meu presente, meu futuro, meus dias felizes. Todos vivem amores que marcam, de sorrisos sinceros, de fotografias cheias de carinho e de vida. E onde estão as minhas histórias para contar? Eu juro que tento ter paciencia, que tento não me importar mas eu ainda me importo por permanecer aqui sozinha olhando através da janela as vidas que passam cheias de amor . Lágrimas, façam-me companhia apenas! Alguma coisa real além da minha solidão tem que se fazer presente aqui. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A magia...

do escrever, do delirar. Do ser e sentir aquilo que se quer. Sem obrigações, sem preposições, condenações. Escrever é deixar os sentimentos fluírem nas pontas dos dedos... É ser você.


Malfeito

Como uma lâmpada em um quarto escuro, eu estou sentada aqui, esperando você voltar e me acender. E essa espera é algo que eu não desejaria sentir. Faz falta simplesmente não ter os teus olhos em cima dos meus. E parece querer machucar ter que observar os teus passos de longe. Eu continuo a desenhar você em meus pensamentos e teimo em dizer a mim mesma que não te quero, apenas para acalmar o sentimento que, certas vezes, parece querer ganhar vida, ganhar mundo. Eu paro. Respiro de novo e o cheiro que sinto é o teu. O vento parece o trazer para mim, e assim, simplesmente castiga-me por não te trazer por inteiro. Pedaços não matam a saudade, a vontade, o desejo.
É noite e está escuro lá fora. Frio ou calor? E eu ainda espero. Um pedido, um telefonema, a sua voz. Seria uma chance. Para mim, para que o nós se tornasse real mais uma vez. Eu não sei dizer o que quero dizer. Digo quase em silêncio, são murmuros que quase não resoam em meio ao barulho da cidade que corre e parece levar meu clamor para longe... Mas não para você. Então, se eu dissesse claramente "venha", você me daria a alegria do nós? Mais uma vez. E só. Isso bastaria. Logo após, eu vou aprender a me virar para seguir na vida sem você. Meu sentimento malfeito. E o nós, vai se dissipar novamente no tempo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estar

Ela estava ali. Sim, estava. E justamente neste dia não se sentira bonita ao sair para enfrentar o mundo. Mas foi. Era sua missão. E assim fez jus ao seu nome saindo para uma guerra. Contra os outros, contra o tempo, contra si. A coragem que preenche-lhe vagamente a cabeça não é suficiente para deixá-la tranquila, mas ela enfrenta. Com mais fé do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. O cabelo preso talvez tenha-lhe prendido a audácia. E como assim, diante de todos ela se calou? Teve medo. Resolveu se resguardar. Mantém-se invisível em meio aos que se mostram, aos que aparecem.Alguém se encontra calado ao fundo da sala, alguém ouve canções irreconhecíveis com olhos fixos em algum lugar. Mas, e ela? Se perdeu em meio a medos, pensamentos e ordens. Isto possivelmente é fruto de uma enorme monotonia forçada que não lhe permite aprender. Ela odeia se sentir inútil – confessou-me isso uma vez – e é assim que parece agora.
Olhar mundos fechados não parece ser algo merecedor de comemoração. Onde encaixaram estes teus sonhos, menina? Assim... Se perde... E lá vem novamente a confusão e o medo. Medo da frustração. Ela poderia ser útil. Não importa se cá ou lá, aqui ou ali. Ela ficaria bem. Fazendo. Mas então, ela continua? Sim! E prossegue, segue, caminha, alinha, avante. Sempre. Adiante. Não sabe o que a espera atrás da próxima porta... Opa! TOC, TOC! Hora de parar os devaneios. E, timidamente, antes de fechar o caderno, ela avisa: eu ainda estou aqui!