sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estar

Ela estava ali. Sim, estava. E justamente neste dia não se sentira bonita ao sair para enfrentar o mundo. Mas foi. Era sua missão. E assim fez jus ao seu nome saindo para uma guerra. Contra os outros, contra o tempo, contra si. A coragem que preenche-lhe vagamente a cabeça não é suficiente para deixá-la tranquila, mas ela enfrenta. Com mais fé do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. O cabelo preso talvez tenha-lhe prendido a audácia. E como assim, diante de todos ela se calou? Teve medo. Resolveu se resguardar. Mantém-se invisível em meio aos que se mostram, aos que aparecem.Alguém se encontra calado ao fundo da sala, alguém ouve canções irreconhecíveis com olhos fixos em algum lugar. Mas, e ela? Se perdeu em meio a medos, pensamentos e ordens. Isto possivelmente é fruto de uma enorme monotonia forçada que não lhe permite aprender. Ela odeia se sentir inútil – confessou-me isso uma vez – e é assim que parece agora.
Olhar mundos fechados não parece ser algo merecedor de comemoração. Onde encaixaram estes teus sonhos, menina? Assim... Se perde... E lá vem novamente a confusão e o medo. Medo da frustração. Ela poderia ser útil. Não importa se cá ou lá, aqui ou ali. Ela ficaria bem. Fazendo. Mas então, ela continua? Sim! E prossegue, segue, caminha, alinha, avante. Sempre. Adiante. Não sabe o que a espera atrás da próxima porta... Opa! TOC, TOC! Hora de parar os devaneios. E, timidamente, antes de fechar o caderno, ela avisa: eu ainda estou aqui!

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