Em 4 de novembro de 2023 eu estava no Parque Villa Lobos em São Paulo. Era uma manhã ensolarada de sábado, o vento era frio, o verde das árvores era minha principal visão. Ao observar o meu entorno vi diversas pessoas correndo, e então, em um bloco só e de repente, senti uma vontade de correr. Quis correr pela grama verde, com o vento batendo no meu rosto, acariciando meus cabelos. Senti saudade. Me dei conta que há mais de 9 anos não corria e, em um segundo, mil memórias foram destravadas em mim. Lembrei de quando corria brincando na rua durante minha infância, lembrei de mim correndo nas aulas de educação física na escola, lembrei de tanto de mim... De como eu era antes. Foi rápido e intenso na mesma medida. Me imaginei correndo ali, naquela hora. Quis dividir meus pensamentos e sentimentos, mas ela não entendeu. Acho que ninguém entenderia. Disse para mim mesma que há coisas que temos que viver só, pois há "dores" que só nós mesmos somos capazes de entender, de cuidar, de acalentar, de curar. Me afastei e chorei. Uma lágrima só, pesada, repleta de significado, carregada de tudo aquilo que já não há mais. Há 9 anos tudo se tornou diferente e naquela manhã, observando a vida no parque, eu só me deixei tornar SAUDADE.
