domingo, 23 de outubro de 2011

Meia luz

Fiz uso dos mistérios. Aqueles que seduzem, encantam e moldam desejos. Recriei meus desejos em você. E ao chegar mais perto você notou que aquela metidinha intelectual era só uma parte de um composto muito maior e mais complexo. Você quis decifrar o restante. Sei que gosta das complexidades trazidas nos olhares. O simples é codificável rapidamente. Te desinteressa. Então, você gostou da menina com olhos pequenos, pois estes, tinham demais a contar. Ao olhá-los, os teus próprios olhos não negaram as intenções quentes, sinceras. Inseguras.
Por que não imaginou que seria tão bom? Desconfiou do sorriso? Certos gestos são pensados para que você creia que são involuntários. Tão discreto, tão sério, tão centrado. E a menina conseguiu mexer com teus pensamentos irredutíveis.
Encontre-me de novo, às escondidas, às claras, à meia luz. Diga-me baixo tudo que você quiser. Eu sempre vou querer ouvir sua voz rouca novamente. Mais 5, por favor! Mesmo que sejam apenas minutos. Já me satisfarei. Mesmo querendo ter bem mais, ter muito mais você. E de você. 
Eu sou exagerada? Talvez. E se você não gostar assim, "eu desejarei não ser mais eu para ser qualquer coisa que possa ser sua", por pelo menos, mais uma vez. 

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