sábado, 10 de setembro de 2011

“E o amor se estrepou...

... Daqui estou vendo o sangue que escorre do corpo andrógino. Essa ferida, meu bem, ás vezes, não sara nunca. Ás vezes, sara amanhã.”
Ao ler essas palavras, um dia em qualquer jornal, perguntei-me: O amor se estrepou? Amor se machuca? Amor sara? Amor acaba? E, hoje eu vi, acabou.
Agora só vejo as migalhas sofridas espalhadas pelo chão da casa. Acabou e eu não percebi o seu término contínuo. Só notei sua falta. Notei quando ouvi os seus gritos na rua quando eu pedia para você calar. Notei quando chorei baixinho, uma noite inteira, sem conseguir dormir ouvindo suas palavras rudes ao fundo. Eu notei, ali, que o amor havia acabado da forma mais trágica. Acabou sem respeito. Sem saudade, sem receio. Ele simplesmente acabou. E eu não sinto falta de senti-lo pulsar em meu coração.
O amor é doença para sarar? Talvez. Quem responde? Mas, se o amor não deveria ter cura, você a achou. Você procurou das maneiras mais ásperas e de forma incessante a cura para o maior bem da vida. Você gritou, xingou, esmurrou o amor que existia aqui. Você se afastou e parece ter levado tudo de bom que havia sido construído.
O sólido virou pó, e nem os seus restos eu encontro mais. Devem ter se dispersados pelo ar ao som de suas músicas berrantes que não sobrou nada para lembrar da época áurea aqui vivida deste sentimento tão nobre. Se foi. E em meio ao barulho vizinho, eu só consigo ouvir um vazio enorme do amor que achou cura, que achou o fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário